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25 anos de “Fera Radical” – Viver além do bem e do mal

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Você conhece essa história: menina vê seus familiares serem mortos injustamente e, depois de crescida, com puro intuito de vingança, se infiltra na família que ela julga responsável por sua desgraça na infância. Que “Revenge”, que nada!  E muito antes de “Avenida Brasil”, a vingança já foi um prato frio servido na Globo. Há 25 anos estreava a novela “Fera Radical”, de Walther Negrão, considerada um dos maiores sucessos do horário das seis na década de 1980.

José Mayer e Thales Pan Chacon em "Fera Radical" (Foto: CEDOC/TV Globo)

Vingança é um tema recorrente em nossos folhetins, vide “Tieta” (do romance de Jorge Amado), “Marron-Glacé” (de Cassiano Gabus Mendes), e “Fera Ferida” (de Aguinaldo Silva). A inspiração para todos esses títulos poderia ter vindo da peça “A Visita da Velha Senhora”, de Friedrich Dürrenmatt, que rendeu uma adaptação de Ivani Ribeiro para a TV Tupi em 1974: a novela “Os Inocentes”, com Cleyde Yáconis. Mas, o que dizer de “O Conde de Monte-Cristo”, de Alexandre Dumas, que também traz elementos de vingança em seu entrecho – como na atual novela das seis da Globo, “Flor do Caribe”, também de Walther Negrão.

O fato é que o plot de “Fera Radical” lembra outra trama do próprio Negrão: “Cavalo de Aço”, que ele escreveu para a Globo, em 1973. A história central é praticamente a mesma, o autor apenas inverteu o sexo dos personagens. Em “Fera Radical”, Cláudia (Malu Mader) chega, com sede de vingança, à pequena cidade de Rio Novo, pilotando uma possante moto. Infiltra-se na casa de Altino Flores (Paulo Goulart), que ela julga ser seu algoz, e seduz Fernando (José Mayer), filho dele, passando a disputá-lo com Marília (Carla Camuratti), que o ama – apesar de ela namorar o irmão de Fernando, Heitor (Thales Pan Chacon).

Carla Camuratti e Thales Pan Chacon em "Fera Radical" (Foto: CEDOC/TV Globo)

Em “Cavalo de Aço”, é Rodrigo (Tarcísio Meira) quem quer se vingar, chegando à cidadezinha de Vila da Prata de moto – daí o título da novela: a moto de Rodrigo, que perturbava os habitantes da pacata cidade, era o seu “cavalo de aço”. Rodrigo se envolve com Joana (Betty Faria), a filha de Max (Ziembinski), que ele julga responsável pela sua desgraça do passado. E vai disputar a moça com Lucas (Edson França), que passa a ser seu rival.

Fera Radical” é hoje uma novela cultuada pelos seus fãs, que a acompanharam em sua exibição original, em 1988, ou em sua reprise, no “Vale a Pena Ver de Novo”, em 1992. Entre as várias cenas marcantes, destaco duas inesquecíveis, do final. A morte da vilã Joana Flores (Yara Amaral), que atirou em si mesma, por acidente, num embate com Cláudia (vestida de noiva), que ela não queria ver casada com seu filho, Fernando. E, no último capítulo, Fernando – montado em um cavalo – invade o tribunal para resgatar Cláudia, durante o julgamento dela, acusada da morte de Joana.

Apesar de a história se passar em fazendas de uma cidadezinha do interior (a fictícia Rio Novo), a novela propunha uma fusão entre o rural e o urbano. Como já mostrava a abertura da novela, Cláudia, pilotando sua moto, chegava trazendo novidades cibernéticas ao lugarejo – ela era analista de sistemas e foi trabalhar na fazenda de gado da família Flores. Rio Novo tinha uma escola de Agronomia e os barulhentos estudantes (do núcleo jovem) moravam na pensão de Dona Lurdes (Cleyde Blota), uma mulher alegre, fofoqueira e deslumbrada com as novidades da cidade grande.

José Mayer e Malu Mader como protagonistas (Foto: CEDOC/TV Globo)

Fera Radical” foi a primeira novela de Malu Mader como protagonista, e o primeiro papel de destaque de José Mayer – que já na época imprimia a marca de cafajeste romântico em seus personagens. Infelizmente, a novela está também associada a um fato triste. Pouco mais de um mês após o término de suas gravações, a atriz Yara Amaral faleceu vítima da tragédia do barco Bateau Mouche IV, na baía da Guanabara, durante os festejos do réveillon de 1989.

A atriz Yara Amaral que faleceu logo após o término das gravações (Foto: CEDOC/TV Globo)

Saiba mais sobre “Fera Radicalno site Teledramaturgia.


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